O dia mal tinha começado e lá estava eu,sentada na cama do quarto de minha mãe em lágrimas e prantos ouvindo mais um sermão desnecessário - como era de costume.
Eu sabia que "aquilo" em que minha mãe teimava dizer que era uma "bronca",fazia parte do plano da ideia de "Eu só quero o seu bem",e não via a hora passar pra aquele pesadelo acabar.
A confusão teve o estopim,pelo simples fato de eu falar as coisas na hora errada e no momento errado,eu conheço bem as mudanças de humor de minha mãe e mesmo assim teimo em abrir esse bocão logo no segundo "Menopausa".
E pra piorar no final que era pra mim explicar todo o babado eu vo pro quarto de cabeça baixa,mesmo estando certa,e repetindo toda vez - PERDI A LUTA NÃO A GUERRA.
Não sei se meu comportamento é bom,mais tento parecer o máximo possível com a filha compreensível que esquece todas as palavras que magoam no outro dia de manhã,eu sempre me segurei e esperei a hora de tomar banho pra chorar quetinha debaixo do chuveiro ou dormir resmungando com meu travisseiro.Só que ultimamente eu nem tenho mais gastado minhas lágrimas,prefiro me alegrar com meus desejos do meu "mundinho pequeno" e em meu "cérebro de meleca" como ela diz do que me extressar com a raiva que ela tá sentindo nesse período "não to mais mestruando".
O problema é que em todo momento que tento falar algo a voz que antes estava apenas média almenta o volume total e BUM ela solta um grito esperniando "Não é a hora de você falar e sim ouvir".
Amo passar momentos com a minhã mãe,que considero minha melhor amiga e fraterna companheira,mas as vezes minha vontade de mandar ela sumir lá pra Marte por umas duas semanas acaba batendo na consciência me fazendo pensar loucuras se isso realmente acontecesse.
Quando eu to de T.P.M eu não tenho direito de ficar brava mas ela pode? Não é atoa que todo esse extresse acaba com a pessoa.
Voltando ao estopim,ontem a noite fiz um teste na internet de rasciocínio -sei lá como se escreve isso- lógico e ele mandava a gente pensar rápido em uma ferramente e em uma cor.
Minha mãe pensou chave de fenda vermelha e eu pensei na mesma hora chave de fenda azul,o teste falava que a maioria das pessoas que pensava martelo vermelho era parte dos 98% da população igual e quem falava outra coisa era os 2% da população diferentes,bem ela ficou metade igual e metade diferente e eu fiquei com toda parte diferente,seu orgulho acabou fazendo com que não gostasse da ideia de ser igual e no outro dia que estourou a bomba ela simplesmente achou certo jogar na minha cara "E aí cade a menina diferente que você disse que era?" ... minha cara foi no chão,entendem? - Minha vontade era de sair correndo falando eu sonho de olhos abertos,adoro as aulas de matemática porque é a aula em que mais me sinto inspirada pra desenhar no meu caderno,tenho amores platônicos e se eu fosse homem seria gay.....mais o medo de enfrentar aquela pessoa tão respeitada por mim foi mais forte e me rendi ao eterno silêncio de um covarde.
Eu sempre deixo pra voltar o papo com a popozuda quando a maré abaixa,aí sim ela para e me escuta,só que sei lá,toda vez que falo algo a respeito de alguma coisa que não estava em seus planos a bronca volta e bem pior.
Quando eu disse que me não ligava pra todo esporro -eu menti- eu me importo sim,eu acho legal ela ter essa visão e tentar fazer de tudo pra que eu não cometa os mesmos erros que ela cometeu,eu amo isso nela,aquela defesa de tigresa cuidando dos filhotes o bem mais precioso,é claro que só vou sentir na pele o que ela sente depois de eu ter tido o meus filhos,enquanto isso não acontece eu fico tentando arrumar mil desculpas pra me colocar na situação dela mesmo eu estando certa e perdoá-la por tanto constrangimento.
Eu posso ter saído de dentro dela mais acho que as vezes minha mãe não me conhece por dentro verdadeiramente.
Só que querido diário,nem sempre isso acontece,só queria deixar registrado pra que um dia quando minha fase adulta chegar eu não faça com meus filhos a mesma coisa que fizeram comigo quando adolescente,vou brigar sim mais também vou ouvi-los e tentar compreendê-los,porque não posso me esquecer que passei pela mesma fase que a vida oferece a todos igualmente.
By: Poppy Barreto retirado do meu diário Data em que escrevi 15/10/2005 reencontrei meu diário a muito perdido e resolvi tirar a poeira das páginas e publicar meus sentimentos.
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