terça-feira, 14 de setembro de 2010
Olavo Bilac.
AVATAR
Numa vida anterior,fui um "cheique" macilento
E pobre...Eu galopava,o albornoz solto ao vento.
Na soalheira candente;e,herói da vida obscura.
Possuía tudo: o espaço,um cavalo e a bravura.
Entre o deserto hostil e o ingrato firmamento.
Sem abrigo,sem paz no coração violento.
Eu namorava,em minha altiva desventura,
As areias na terra e as estrelas na altura.
As vezes,triste e só,cheio do meu desgosto.
Eu castigava a mão contra o meu próprio rosto.
E contra a minha sombra erguia a lança em riste...
Mas o simun do orgulho enfumava o meu peito:
E eu galopava,livre,e voava,satisfeito
Da força de ser só,da glória de ser triste!
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